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“Testem, testem, testem”. Essa é a principal recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) para identificar a infecção do coronavírus em pessoas assintomáticas e, assim, prevenir a transmissão da doença.
A medida, no entanto, encontra resistência diante da falta de insumos médicos – o que leva especialistas brasileiros a acreditarem que a disseminação do Covid-19 seja ainda maior, especialmente no Brasil.
O mais preciso teste disponível no País é o RT-PCR, que analisa a presença do SARS-CoV-2, que causa a doença Covid-19 em secreções do nariz e da garganta, coletadas com o uso de uma haste flexível. No entanto, o Ministério da Saúde recomenda que sejam testados apenas pacientes internados e profissionais de saúde.
Para o médico sanitarista Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques, coordenador e pesquisador do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde da Fiocruz em Brasília, a falta de testes em massa impede identificar a extensão exata da pandemia no Brasil – e o total de casos pode ser ainda maior.
Mesma avaliação faz o infectologista do Hospital de Clínicas e professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Luciano Goldani, para quem é impossível dimensionar exatamente a infeção no país.
O infectologista David Uip, coordenador do núcleo de combate à doença no estado de São Paulo, já reconheceu publicamente a limitação da disponibilidade de testes em entrevista coletiva em 16 de março, quando foi feita a recomendação da OMS. Uip declarou que, em um mundo ideal, o recomendado seria fazer testes em todos, mas destacou que na vida real a medida não é possível.
COMO FUNCIONA O TESTE
No caso do RT-PCR, a confirmação com 90% de certeza demora mais de 12 horas e consegue identificar a presença do vírus em pessoas que apresentaram sintomas há um dia.
O problema é o aumento acelerado da demanda. O Instituto Adolfo Lutz, o único que atende a rede pública de saúde em São Paulo, aguarda o resultado de 14 mil exames como esse.
Além disso, o teste é de difícil execução e depende de maquinário e kits específicos, além de demandar o uso de profissional especialmente treinado para a testagem.
A proposta do Ministério da Saúde é estender a oferta do exame em um esquema de drive-thru, mas a alternativa ainda não está disponível.
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