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28 de abril de 2020Indústria Têxtil de Americana: Como tudo começou

Mais de um século de história. Da dura semente do algodão plantada em uma fazenda próxima ao Ribeirão Quilombo nasceu a cidade com maior vocação têxtil do país.
A história de Americana está entrelaçada com a história e desenvolvimento do setor têxtil, tanto daqui, como do País.
Por quase 100 anos a economia da Princesa Tecelã foi ditada pelos avanços do setor. Saiba como tudo começou:
1. Os americanos e o cultivo do algodão
A tradição têxtil de Americana começa em 1866 com a chegada do coronel norte-americano William Hutchinson Norris.
O solo fértil e sua habilidade na lavoura tornaram a plantação referência na área em pouco tempo.
Junto com o filho, Robert, estabeleceu-se às margens do Ribeirão Quilombo.
Coronel Norris passou a ministrar cursos práticos de agricultura aos fazendeiros da região, interessados no cultivo do algodão e nas novas técnicas agrícolas.
Os Norris também trouxeram o arado, uma novidade para a época.
Em pouco tempo eles já tinham uma escola prática de agricultura, com muitos alunos que lhes pagavam pelo privilégio de aprender e ainda cultivar suas roças.
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2. A fábrica de tecidos Carioba
O grande marco da indústria têxtil americanense ocorreu em 1975, com a inauguração da Fábrica de Tecidos Carioba, fundada pelos irmãos Antônio e Augusto Souza Queiroz em sociedade com o americano William Pultney Ralston.
Neste mesmo ano, foi inaugurada a Estação Ferroviária, que servia para escoar a produção de algodão para todo o estado de São Paulo.
Em 1884, a Fábrica de Tecidos Carioba foi adquirida pelos ingleses Jorge e Clement Wilmot. A indústria, porém, faliu em 1896 devido às dívidas contraídas pelos irmãos, após a abolição da escravatura.
3. A chegada de Franz Müller e a reabertura da Fábrica Carioba
A Fábrica de Tecidos Carioba permaneceu fechada por seis anos até ser adquirida em leilão pelo comendador Franz Müller. Inicialmente, o imigrante alemão previa reestruturar a tecelagem e depois vendê-la.
Encantando pela beleza natural do local, Müller resolveu ficar e construiu casas para seus seis filhos. Com novos métodos de trabalho e tecnologia, eles deram um novo começo à tecelagem, e a vila operária que se formava em torno dela foi expandida para abrigar seus colaboradores.
O bairro Carioba foi o primeiro do Brasil a receber asfalto e saneamento básico. A pavimentação facilitava o transporte do tecido das tecelagens para a Estação Ferroviária. Em 1904, a fábrica de tecidos tornou-se a segunda mais importante do país.
4. Década de 1930 e a indústria de fação
A década de 1930 foi o auge do desenvolvimento econômico de Americana. Foi nesta época que, devido ao crescimento acentuado, a cidade ficou conhecida como a capital do Tecido Rayon.
A partir de 1935, com a implantação do sistema de fação, surgiram pequenas empresas têxteis, fundadas por trabalhadores das grandes indústrias. Sua produção era absorvida pelas fábricas de Carioba.
Muitas dessas tecelagens familiares acabaram se transformando em renomadas indústrias, tornando Americana, por muito tempo, o maior polo produtor de fibras artificiais e sintéticas da América Latina.
5. Americana atrai grandes indústrias
A prosperidade do setor têxtil em Americana atraiu grandes empresas para seu território. Entre as décadas de 1940 e 1970 se instalaram indústrias como Fibra, Polyenka e Santista.
Estas empresas tiveram importante papel na ampliação do parque industrial, com a introdução de novos tipos de fios e serviços. Em seu auge, Americana concentrava toda a cadeia têxtil em seu território, dispensando a compra de insumos fora do município.

Também na década de 1940 surgiu a primeira experiência cooperativista no setor, com a fundação da Citra – Cooperativa Industrial de Tecidos de Rayon de Americana. Para facilitar o escoamento da produção, um grupo de empresários fundou, três anos depois, a Distral –Distribuidora de Tecidos de Rayon de Americana Ltda.
6. Feira Industrial de Americana
Em 1961 aconteceu a Feira Industrial de Americana (Fidam), a primeira do gênero realizada no interior do Estado de São Paulo. Americana era a cidade de maior importância no setor têxtil, mas era preciso divulgar. A ideia foi criar um evento capaz de fomentar o parque industrial do município a nível nacional.
O sucesso foi tanto que o evento se tornou uma entidade de promoção da indústria e produtos locais. O espaço tornou-se, ainda, referência para a realização de grandes eventos corporativos e sociais.
Em 2012 foi inaugurada a Incubadora de Empresas de Americana, entidade administrada pela Fidam e voltada à gestão de pequenas empresas e startups de tecnologia e inovação de Americana.
7. Shopping Via Direta
Em meados dos anos 1990 surge o Via Direta, um dos primeiros shoppings de confecção do Brasil. O objetivo era atingir o público revendedor, com marcas próprias, em uma estrutura segura e confortável.
Durante 25 anos o espaço atendeu a todo tipo de consumidor, inclusive consumidores finais (varejo). Em 2019, porém, o Shopping Via Direta mudou sua estratégia de negócios, passando a atender exclusivamente lojistas e sacoleiras (atacado).
O espaço, localizado estrategicamente na Avenida Affonso Pansan (paralela à Rodovia Anhanguera), possui 10 mil m² de área construída, 320 vagas de estacionamento e quase 80 lojas com marcas próprias.
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