Americana sempre teve uma enorme tradição no futebol. Além de suas agremiações que já disputaram competições oficiais como o Campeonato Paulista – foram sete clubes – a história da modalidade na várzea e nas “escolinhas de bairro” do município é muito rica. 

Atualmente, de acordo com a Prefeitura, são 24 praças na cidade dedicadas à prática da modalidade, sendo um estádio municipal, mais o Centro Cívico, além de 22 campos de futebol, a maioria deles voltado para o trabalho de escolinha de formação de novos talentos e projetos sociais baseados na prática desportiva. 

Aqui vamos destacar três desses locais que, mesclando passado e presente, ajudam a construir a história do futebol local:

CAMPO DO CARIOBA: O MAIS ANTIGO

O mais antigo campo de futebol do município em funcionamento, o Parque Dona Albertina, em Carioba, recebeu grandes e históricos confrontos, recheados de rivalidade. Nos primeiros anos do século XX, quando de sua fundação, além de receber os grandes craques da cidade, o local era também ponto de encontro de namorados e de festas de confraternização das famílias americanenses.

O campo do Parque Dona Albertina – assim denominado por ter sido cedido para a prática do futebol pela senhora Albertina, esposa do comendador Franz Muller, responsável pela Fábrica de Tecidos Carioba – foi inaugurado em 1907, com uma arquibancada de madeira para 500 lugares e gramado impecável, quando o local recebeu a visita do Esporte Clube Germânia de São Paulo (atual Pinheiros).

Naquele campo se destacou o Clube Recreativo e Sportivo Carioba, fundado em 9 de julho de 1914, e que representou Americana no futebol profissional do Estado na terceira divisão de 1968 e 1969, mandando seus jogos no Parque. 

Atualmente, o espaço é mantido pelo DAE (Departamento de Água e Esgoto) do município e há alguns anos chegou a ser utilizado por escolinhas de futebol da cidade e até mesmo em treinamentos das categorias de base do Rio Branco Esporte Clube.

CAMPO DA CORDENONSI: SAMBA E FUTEBOL

O atual campo municipal Eugênio Cia, no bairro da Cordenonsi, não nasceu de um clube de futebol, mas de uma escola de samba, a Sociedade Recreativa Folclórica Esportiva Unidos da Cordenonsi, que meses após sua fundação, em 12 de abril de 1979, iniciou também suas práticas desportivas.

Em novembro do mesmo ano, associados do novo clube fizeram o aterramento do local, até então ponto de constantes alagamentos, e ali construíram, em sistema de mutirão, o campo de futebol que, mais tarde, seria municipalizado, porém, sem nunca ter deixado de ser administrado por dirigentes e colaboradores do Unidos, cuja filosofia sempre foi voltada à revelação de novos valores para o futebol. 

Dentre as doações recebidas para que um novo espaço para a prática do futebol na cidade pudesse ser levantado, uma chamou a atenção: aquela arquibancada de madeira do campo de Carioba (citada acima) havia sido desativada; então dirigentes do Unidos fizeram a desmontagem das madeiras, o transporte do material e a recolocação dos degraus já na área do campo da Cordenonsi. 

Com o passar dos anos, o Unidos se tornou referência na revelação de jogadores para diversos clubes do Brasil e do exterior. Dentre inúmeros craques, destacamos o volante Walker, campeão mundial Sub 17 com o Brasil em 1999, e o lateral Emerson Royal, que pertence atualmente ao Barcelona, da Espanha, e tem sido presença constante nas convocações das seleções brasileiras principal e olímpica. 

ESTÁDIO VICTÓRIO SCURO: AMERICANA NO FUTEBOL PROFISSIONAL

Tendo completado recentemente 60 anos de sua fundação, o estádio municipal Victório Scuro, no bairro da Conserva já foi palco de grandes confrontos do futebol profissional envolvendo equipes de Americana que atuaram em competições da Federação Paulista e também celeiros de grandes craques. 

Naquele 24 de abril de 1960, mais de 5 mil americanenses lotaram as arquibancadas do então principal espaço futebolístico da cidade para acompanhar a rodada dupla de inauguração do estádio, os confrontos Carioba x Recreativo de Sumaré e Vasco da Gama x XV da Lapa, de São Paulo. 

Três equipes do município mandaram seus jogos no Victório Scuro nas disputas do Campeonato Paulista: o Sete de Setembro, o Vasco da Gama – campeão paulista da Segundona (então terceira divisão do estado) em 1968 –, e o AEC (Americana Esporte Clube) que, em 1979, inauguraria o estádio Décio Vitta, se fundindo ao Rio Branco, o que possibilitou a retomada das atividades do Tigre no futebol profissional. 

Atualmente, o estádio Victório Scuro, ou o campo do Vasquinho, é administrado pelo Colorado Esporte Clube, cujo principal nome é o técnico José Antônio Rodrigues, o Zé Pulga, que segue firme com suas atividades, sendo um dos maiores reveladores de talentos do futebol brasileiro na história, com décadas de ótimos serviços prestados ao Rio Branco Esporte Clube, maior expoente da modalidade na cidade. 

Além dos supracitados, atualmente Americana conta com o campo Marcos Augusto Sartore, no Centro Cívico da Colina, assim batizado para homenagear o ex-goleiro Marquinhos, ídolo do esporte local, tendo defendido o Rio Branco como atleta e técnico vice-campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2008 pelo Tigre, falecido em acidente automobilístico. 

As demais praças estão instaladas nos bairros Cidade Jardim, Jardim São Paulo (Campo do Laranja), Zanaga, Alvorada, Jardim América, Jardim da Paz, Guanabara, Ipiranga, Nova Americana, Parque da Liberdade, Praia Azul, Santa Maria, São Jerônimo, São Luiz, São Manoel, São Roque, São Vito, Recanto (Campo Torino), Vila Amorim e Vila Bertini (dois campos).

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