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19 de maio de 20206 curiosidades que você provavelmente não sabia sobre a Estação Ferroviária de Americana

Legenda: A fachada da estação no início dos anos 1950. - Foto Divulgação: Estações Ferroviárias.
Inaugurada há 145 anos, a Estação Ferroviária de Americana teve grande importância no desenvolvimento da região, sendo considerada a pedra fundamental para a fundação do município.
Por ela, além de viajantes, trabalhadores e cargas, passaram personagens importantes de nossa história, inclusive estrangeiros.
Separamos seis curiosidades sobre o local que provavelmente você não sabia, confira:
Dom Pedro II participou da inauguração
A inauguração da estação, em 27 de agosto de 1875, era tão importante para o sistema ferroviário do país que contou com a presença do então imperador Dom Pedro II e sua comitiva real.
Entre os que acompanhavam o imperador estava o francês Luís Filipe Gastão, o Conde d’Eu, filho do rei Luís Filipe I da França e marido da Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II e Maria Leopoldina.
O dia de inauguração da estação, 27 de agosto, é considerado a data de fundação de Americana.
Um problema postal deu origem ao novo nome
Inaugurada como Estação de Santa Bárbara, por suas terras pertencerem ao povoado vizinho, a vila possuía diversos trabalhadores que, à época, tinham na carta o único meio de se corresponder com seus familiares.
No entanto, as correspondências por eles recebidas eram destinadas à “Villa da Estação de Santa Bárbara”, e muitas vezes eram entregues na “Villa de Santa Bárbara”, localizada a dez quilômetro de distância.
Para desfazer de vez a confusão, em 1900 o fazendeiro Inácio Correa Pacheco instalou uma placa no local, que passou a se chamar “Estação de Villa Americana”, em homenagem aos imigrantes americanos residentes na área.
Visita do Secretário de Governo dos EUA
Em 1906, o secretário de Governo Americano, Elihu Root, que havia vindo presidir uma conferência no Rio de Janeiro, foi convidado para visitar uma fazenda de café no município de Araras.
Tomando conhecimento da existência da Villa Americana, ele fez questão de visitar o local. Após concluir seus compromissos oficiais, Root desembarcou na estação e foi recebido com grande emoção por americanos e descendentes.
Como a vila ainda não tinha energia elétrica, as pessoas que foram recebê-lo levavam tochas, que na noite escura, formavam uma visão impressionante. Contam que Root emocionou-se a ponto de chegar às lágrimas.
Responsável indiretamente pelo asfalto
Se a Vila Carioba é conhecida por ter recebido o primeiro asfalto do Brasil, a estação ferroviária pode ser considerada uma das responsáveis pela expansão da pavimentação asfáltica em Americana.
A principal função da estação era escoar, para o porto de Santos, a produção agrícola do município, principalmente algodão e melancia. Como a estação ficava distante das fazendas produtoras, o trajeto era feito em carroças por estradas de terra.
Os buracos, no entanto, prejudicavam não só a engrenagem dos carros, como causavam avarias nas melancias, que muitas vezes chegavam na estação partidas e sem condições de serem comercializadas. Dessa forma, o asfalto foi ampliado, interligando a região produtora com a estação central.
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O fim da estação
Com a decadência do transporte ferroviário e a diminuição de trens de passageiros, a estação foi, aos poucos, perdendo utilidade. Em 1995 o espaço recebeu a última reforma patrocinada pela Fepasa, mas já nesta época recebia poucos trens de passageiros.
A partir de 1999, já sobre concessão da Ferroban, o transporte de passageiros foi extinto. Houve uma tentativa de retomada no final daquele ano, porém o baixo interesse fez com que o serviço fosse encerrado definitivamente, mantendo apenas o transporte de carga. O último trem de passageiros passou por este trecho em março de 2001.

De abandonado a patrimônio histórico
Em 2004, a estação foi incluída no projeto de revitalização da Área Central de Americana. Sob administração da Prefeitura, em 22 de dezembro daquele ano o espaço foi reaberto, totalmente reformado, como nome de “Estação Cultura”.
Desde então, o local abriga atrações culturais nas áreas de artes visuais, música, cinema e artesanato, além de uma exposição permanente de fotos históricas do município. Além de ser um patrimônio, o espaço também contribui para formação, conhecimento e lazer.
Em janeiro de 2020 teve início um novo processo de restauração, a primeira completa desde a fundação da estação, há 145 anos. A obra está sendo acompanhada pelo Conselho do Patrimônio Histórico do município e, após concluída, deve abrigar um museu ferroviário.
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