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Legenda: Imagem das barragens da Represa Salto Grande em Americana - Foto Divulgação: O’Liberal.
A história da Represa de Salto Grande está diretamente ligada ao desenvolvimento do município. A construção da usina hidrelétrica, no início do século passado, fomentou a indústria têxtil local, e forneceu energia para localidades vizinhas.
Conhecida pelas praias que recebiam grande número de turistas décadas atrás, a orla da represa inicia um processo de revitalização, com o objetivo de se tornar novamente espaço de lazer para americanenses e visitantes.
Conheça cinco fatos históricos sobre a Represa de Salto Grande de Americana:
1. A importância da Represa na história de Americana
A Represa de Salto Grande surgiu graças ao alemão Franz Müller. Dono da Fábrica de Tecidos Carioba e principal responsável pelo desenvolvimento da vila dos operários, o comendador desejava produzir sua própria energia elétrica, o que possibilitaria a expansão de seus negócios.
Assim, em 1907 ele comprou parte da Fazenda de Salto Grande, onde havia uma grande queda d’água sobre um maciço de rochas no rio Atibaia.
Inaugurada em 1911, a Usina Hidrelétrica de Salto Grande, devido à sua grande capacidade de produção de energia, abastecia não somente a região de Carioba, como também a Villa dos Americanos (estação ferroviária) e os municípios de Cosmópolis, Santa Bárbara e Sumaré.
2. Atração turística
A barragem da Represa de Salto Grande costuma atrair curiosos. Localizada no Rio Atibaia, fica próxima à confluência com o Rio Jaguari – a junção desses dois rios, de águas com tonalidades diferentes, dá origem ao famoso Rio Piracicaba.
Às margens da represa encontram-se as praias Azul e dos Namorados. Durante as décadas de 1980 e 1990 foram importantes pontos turísticos de Americana. Famílias se reuniam na orla da represa, algumas vindas de fora do município.
Além das atrações na areia, como eventos, bares e lanchonetes, era possível nadar na represa, passear de barco e moto-aquática. Com o passar do tempo, a poluição inviabilizou muitas atividades e as praias perderam seu principal atrativo.
3. Aguapés e a contaminação
A eichhornia, planta aquática conhecida como “aguapé”, sempre foi marca registrada da Represa de Salto Grande. Mesmo quando ainda era possível nadar em suas águas, a vegetação já aparecia em grande quantidade, porém localizada à distância do espaço público.
Com reprodução rápida, os aguapés possuem grande capacidade de tolerância e absorção de poluentes como, por exemplo, águas contaminadas por esgoto e rejeitos industriais. Apesar de sua capacidade de filtrar a água, impede a proliferação de algas responsáveis pela oxigenação da água, causando a morte dos organismos aquáticos.
O avanço da urbanização, a pesca predatória e o descarte de esgoto e resíduos industriais irregulares na represa contribuíram para o rápido avanço dessa vegetação, o que tornou suas águas praticamente inutilizáveis pelo homem sem o tratamento adequado.

Em 2018, a grande presença de aguapés tomou repercussão nacional, sendo alvo de reportagens em emissoras de TV de grande audiência.
O avanço da urbanização e o descarte de esgoto doméstico e resíduos industriais irregulares na represa contribuíram fortemente para a poluição e contaminação da represa, o que inviabilizou o uso de suas águas para banho e navegação.
De acordo com a Cetesb, os maiores responsáveis pela poluição são os municípios vizinhos. De acordo com a companhia, 11 cidades que estão no curso dos rios que desaguam na represa de Salto Grande ainda não coletam ou tratam o esgoto de forma correta.
A invasão dos aguapés é só o efeito de um problema ainda maior: o esgoto nas águas.
A planta se alimenta de matérias orgânicas e possui grande capacidade de tolerância e absorção de poluentes e, em pequenas quantidades, até ajuda a despoluir. Porém, com tanta sujeira, elas crescem em excesso e prejudicam a oxigenação da água.
4. Risco de rompimento
Dois anos atrás, a barragem de Salto Grande foi incluída na lista de estruturas onde há riscos em caso de rompimento, sendo classificada como de “alto risco e dano potencial alto”. Em 30 de abril de 2019, após rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou uma força-tarefa em várias hidrelétricas, reclassificando Americana para categoria de risco B (totalmente segura).
Em setembro de 2019 a Defesa Civil de Americana realizou a primeira simulação de emergência na Represa de Salto Grande, em caso de possível rompimento de barragem. Corpo de Bombeiros e Samu simularam salvamentos, fazendo a triagem de “feridos” e prestando os primeiros socorros.
De acordo com a nova Política Nacional de Segurança, o exercício deve ser repetido anualmente, visando medir a eficiência de todas as ações. O objetivo é reforçar o treinamento das equipes de socorro, de empresas e dos moradores da região.
5. Revitalização
Após mais de 20 anos, um novo cenário parece estar surgindo. Junto às ações de despoluição da Represa de Salto Grande, o poder público trabalha para revitalizar a orla das praias Azul e dos Namorados.
Ações constantes de manutenção e melhorias vêm sendo realizadas no entorno da represa. Em junho deste ano, com recursos do Ministério do Turismo, foram concluídas obras na Praia dos Namorados, com a reforma de banheiros, construção de quadras esportivas, instalação equipamentos de acessibilidade, sinalização, recuperação asfáltica, entre outros.
O trabalho para retirada de aguapés, realizado pela CPFL Renováveis, responsável pela represa, foi concluído dentro do cronograma previsto. Em abril, apenas 7,5% da represa estava coberta de verde, percentual considerado ideal. Em 2018, a ocupação chegou de 24%.
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